[FP] Gerard Singer

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Gerard não se lembra muito bem da infância pobre que teve em Carolina, logo antes de América ser selecionada e casar-se com o então príncipe Maxon. Não estaria perdendo muita coisa, afinal, a perspectiva de vida de um Cinco, naquela época, e até mesmo hoje, era no mínimo difícil. Nunca passaram fome, mas com certeza por muitas necessidades. Ele não saberia dizer com certeza, mas as vezes lhe parece que América está mais do que grata em tirar a família da pobreza e da perspectiva de não ter sequer um pingo de estabilidade. De certa forma sempre foi dependente da família quanto a questões que concerniam seu destino e vocação. O pequeno Gerard era um péssimo músico e provavelmente passaria fome se continuasse naquela casta pelo resto de seus dias. América ter sido escolhida por Maxon fora tanto um choque quanto um alívio para todos os Singer.
Os anos se passaram e Gerard cresceu como um garoto normal, exceto que ele agora era o irmão da princesa de Illéa, pertencente a família real. Maxon o adotou como sua sombra e desde então os dois passaram a ser considerados grandes amigos, tanto um quanto o outro. Gerard admirava o mais velho como a um deus, tudo o que Maxon dizia era a verdade absoluta, pelo menos enquanto o garoto tinha doze anos. Crescera em meio à corte, com tudo do bom e do melhor, e viu seu sobrinho mais velho, Kevan, nascer ainda quando era um garotinho. Aquilo gerou um senso de responsabilidade no menino que provavelmente nenhum outro de sua idade teria. Tinham quase a mesma idade e Gerard tentava manter o máximo de zelo com o sobrinho, seu afilhado.
Alguns anos depois, mais especificamente falando quando ele tinha por volta de quinze anos, em um baile dado no palácio real de Illéa, Maxon apresentou Emmerald ao jovem e desde que ele pôs os olhos nela ele soube que aquela garota seria sua. E ele faria de tudo para estar com ela, nos bons e nos maus momentos. Depois de alguma insistência de sua parte, a jovem finalmente aceitou sair com ele e desde então estão juntos. Nada do que ele se envergonhe, de qualquer forma.
Apenas teve a sorte de, de primeira, conseguir achar a mulher que faria realmente a diferença em sua vida. Ele esqueceria primeiro de si mesmo antes de esquecer-se de Emmerald, da forma como seus cachos castanhos cheiravam bem e seus olhos doces sorriam - a menina tinha um dom único de sorrir com os olhos que Gerard nunca vira em nenhuma outra mulher - quando estavam juntos. Ele parecia realmente um bobo apaixonado. Começou a cursar administração por solicitação de Maxon, para que ele fosse seu conselheiro em um futuro próximo e assim que terminou começou a exercer seu cargo como Conselheiro Real, ou, como muitas pessoas passaram a chamar, Mão do Rei.
O que aconteceu a seguir - alguns anos depois, é claro - foi exatamente o esperado: Emmerald e Gerard casaram-se, com a benção do pai dela, que estava mais do que feliz em ver a filha andando como um membro da família real. Ele não podia descrever o quão feliz ele ficara quando a carregou no colo por todo o palácio até a suíte destinada aos recém casados e esteve com ela pela primeira vez de ambos em um momento íntimo como aquele.
Alguns meses depois a notícia de que Emmerald estava grávida o deixou em êxtase e ele não se conteve ao contar para sua irmã mais velha que ele iria ter um filho, ou uma filha, como foi constatado alguns meses depois.
May, uma de suas irmãs mais velhas, tal qual América, ficara doente na mesma época e morrera algum tempo depois. Gerard fora muito abalado por isso e ficara incomunicável por alguns dias até escutar o choro de Pearl e voltar a realidade. Não queria que aquilo, que ninguém de sua família fosse vítima de algo assim novamente, mal sabia o quanto estava fadado a sofrer.
Emmerald fora diagnosticada como tendo Leucemia, uma doença degenerativa que só faria matá-la lentamente. Agora ele só conseguia pensar em uma coisa: Como sobreviveria sem sua amada Emmerald? O que seria de dele e, mais importante, o que isso faria com sua querida filha, Pearl? Ele realmente não queria viver para descobrir isso.